terça-feira, 10 de junho de 2008

O Grito da Gaivota


Emmanuelle Laborit é surda profunda. Neta do cientista Henri Laborit, actriz agraciada com o Prémio Molière, é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente; testemunho de uma vida, vista pelos olhos de uma menina, contado pelo sentir de uma mulher. Relato pessoal e subjectivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio, que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação, e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava de ser assim. O Grito da Gaivota confronta-nos com uma realidade de que em geral pouco conhecemos, e convida-nos a partilhar as experiências, tantas vezes dolorosas, do dia-a-dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão.


Sem dúvida, um livro fantástico!
Transporta-nos a uma realidade completamente diferente, alertando-nos em certas passagens para coisas que jamais pensamos por não sermos surdos.
Leiam-no... simples, pequeno e deveras interessante.

(Emmanuelle Laborit)


"Os que ouvem têm tudo a aprender com aqueles que falam com o corpo.
A riqueza da sua língua gestual é um dos tesouros da humanidade."

"Os outros ouvem, eu não.
Mas tenho olhos, que forçosamente observam melhor do que os deles.
Tenho as minhas mãos que falam..."


Já agora deixo-vos em tom de curiosidade, o abecedário gestual...
Parece dificil mas não é ;) questão de prática mesmo!!!

4 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
"Vivia no silêncio porque não me comunicava. É esse o verdadeiro silêncio?"
,
in-Emmanuelle Laborit
,
eu não duvido,
,
pilipares de gaivotas,
,
*

Zé Miguel Gomes disse...

Conheço linguagem gestual, um pouquinho mesmo, algumas expressões, porque a minha esposa tirou um curso e ensinou-me.
Recordo o dia em que no comboio ela e as amigas treinavam e eu, sozinho, nada percebia... Senti-me "marginalizado" e compreendi o que é estar sozinho no meio da multidão.

Fica bem,
Miguel

1/4 de Fada disse...

Não conheço, fiquei com vontade de ler, obrigada pela ideia.

Requiem disse...

Em tempos tive um colega surdo que me ensinou um pouco de língua (ele não gostava do termo linguagem pois dizia que aquela era a língua dele) gestual, que infelizmente já esqueci em parte.

No entanto posso dizer que o compreendia melhor a ele do que a muitos ouvintes (o termo que ele usava para pessoas que ouvem) e tenho muitas saudades de trabalhar com ele.