Aos 26 anos de idade ainda julgo que toda gente é boa.
Sei que estou errada e continuo a bater na mesma tecla.
Mas a vida vai-me ensinando umas coisas.
Vai-me dando umas chapadas sem mão.
E eu vou abrindo os olhos.
[Mais que não seja para chorar].
Estou um pouco farta de tudo isto.
De mim.
Dos que fazem parte da minha vida,
[nem todos...].
Estou farta de ser assim como sou.
Estou farta disto! TUDO!
Neste momento não estou mais que a segurar as lágrimas.
A dizer a mim mesma que não vale a pena.
Não vale mesmo.
Continuo sem conseguir explicar muito bem aquilo que me vai na alma.
Sim porque eu tenho alma.
Talvez não devesse ter.
Talvez assim não sentisse.
Talvez assim eu não fosse ninguém.
Talvez assim desaparecesse algures por ai.
Talvez.
Talvez.
Talvez.
Talvez me tornasse em algo estranho, invisível.
Já me faltou tantas vezes a coragem para tanta coisa.
E continuo a achar que fui fiel ao meu coração.
Isso é o mais importante.
Sim porque também tenho coração.
Alma... Coração.
Tenho e por os ter também sinto.
E eu estou farta de sentir.
Farta de sofrer.
Farta.
Cansada.
Estou a chegar ao limite.
Conheço-me tão bem.
Eu quero sorrir quer chova, quer faça sol.
Eu quero ver o mar de verão ou de inverno.
Não apenas quando não me sinto bem.
Quero ser livre.
De mim própria e perante os outros.
Quero ser grande e poder voar.
Eu mereço mais.
Eu sei que mereço mais.
Eu sei que sou mais.
Eu sei que serei mais.
Não p'los outros.
Mas apenas e só por mim.
Parece um discurso absurdo.
Não o é.
É apenas mais um grito da gaivota.
Daquela que grita em silêncio.
Daquela que ouve e digere para depois esquecer.
Eu não sou má, nunca o fui, seria impensável o ser.
Sou eu.
E eu mereço muito, muito mas muito mais!

[Não vale a pena comentar...
isto são apenas um pouco dos gritos que estão atravessados em mim...
os outro já foram digeridos... esquecidos...]